20061205

O preto,
Vazio.
Comigo cheio,
desculpado e entediado

Pelas portas
Que não se abrem,
porque nunca estiveram fechadas.
Invisivel e sem espelho.

Dada,
a sorte mata-me,
a sorte empurra-me,
a sorte não me foge.
À sorte,
não a deixo alcançar o que é meu.

E agora quero que se fechem as portas.
E que me dêm uma bandeira com o nome do meu país,
Quero que me façam uma história,
Que me façam aprendê-la,
E me façam odiá-la para não esquecer.

Sirvo para quase nada.
Vou contar estrelas,
as que tenho no céu do meu quarto.

Quando chegar ao fim,
Vai estar tudo preto,
vazio,
comigo cheio, desculpado e entediado
E eu vou estar a dormir
Para voltar a viver, amanhã.



.yan

3 comentários:

orlando disse...

Quem gostou fui eu, e vou definitivamente passar por aqui mais vezes.
Podes considerar-te observado. (Ah, e não de uma maneira estranha e psicopata)
*

- disse...

«Pelas portas
Que não se abrem,
porque nunca estiveram fechadas.»

Talvez aí resida grande parte dos meus problemas. Espero por oportunidades, pensando que elas é que se fazem mostrar, esquecendo que elas também esperam por mim. Que nunca fogem, porque nunca aparecem... só esperam que as queira. Eu crio bloqueadores. Eu.

Anónimo disse...

"Dada,
a sorte mata-me,
a sorte empurra-me,
a sorte não me foge.
À sorte,
não a deixo alcançar o que é meu."

5*

Um beijo***