20080313

assim te chegam as mãos à garganta. os ossos a gritar lascas de dor e frio. a tua caraa ser um vaso de sangue pronto a partir. assim te matam esses lugares de cegueira tãocomuns em gente como tu. os teus pés, as tuas pernas, todo o teu corpo. todo o teu corpoa implodir num pólen amargo ao nariz: assim te chegam as imagens da morte enquanto bates o ar com as pernas e com as mãos e com o caralho das partes do teu corpo queviolei e mesmo assim desconheço. és mesmo, juro que és, palavra de honra se não és,uma cabra do pior, não me canso nunca de o repetir. é que se falasses comigo agora,mas nem isso, nem és capaz de me pedir ajuda. nem de me pedir para parar, o que raioassim... assim nem vale. fazes-me sentir sujo, imundo. fazes-me mal. mas acredita em mim,amanhã choro, abraço os teus pais, que abominável acontecimento senhor Mozel, que tristezatão grande e escura senhora Sara, deixo-te a merda de uma flor na merda do cemitério,digo-te adeus e deixo-te sozinha do mesmo modo cru que usaste para me matar a mim e de nós perpetuará no tempo o teu silêncio, as tuas trevas, as minhas mãos na tua garganta, a tua saliva nas minhas mãos, o teu olhar de menina no escuro, a tuacara lindíssima e as personagens que criamos de propósito do endiabrado sopro das nossas tristezas para imitar, sem eficácia, e ineficácia da felicidade.

20080301

dou comigo a pensar em várias formas de suicídio. não que me queira suicidar, longe de mim,

mas penso que o suicídio se torna numa espécie de termómetro da loucura e quanto maior a depressão

ou a falta de atenção que as pessoas carregam mais perto do céu fica o mercúrio da morte.