20080130

vamos morrer
assim como antes
no teu cabelo
num momento eterno do teu cabelo

ou em toda a extensão
de prado
da tua pele

ou em toda a lânguida
e veloz
vertigem
das tuas mãos na minha cara

ou no despir
abandonado
de uma lágrima

vamos morrer
assim
como antes
no silêncio:
a beleza serena
da violência
e das coisas cruas,
o vulto de lamina
do frio

vamos, amor
desaparecer
vamos os dois para perto
do fim
vamos, como dantes
assim, suavemente
morrer.