contemplamos a luz
como cegos
ou recém-nascidos
e mesmo assim
inocentes
fodemos
não passamos de animais
nada que seja de ver
lentamente
nos espaços que nascem nas sombras
somos feios
e desajeitados
entre o meu corpo
e o resto do mundo
há uma pele queimada
pelo desuso
porque somos a essencia
natural
de uma natureza narcisista
que ganhou de si propria um pensamento falso
que nos faz sonhar menos
pensar mais
agir contra a lei natural das coisas
que não existe para existir
as nossas escamas
são flocos de sangue
em campos de batalha
imobilizadas pelas espadas
viscerais da saudade
e da vida
contemplamos planos
como se a nossa infância.
o nosso amor,
os nossos sentimentos
doessem
e a mim
só a cabeça me dói
não de pensar
nem de sentir saudade
só de sentir
uma dor de cabeça que me dói
inocentes
como animais
recordamo-nos assim
do prazer
das mãos que criaram tornados
dos gritos e dos gemidos
da dor que se perdeu
no momento
em que nos olhamos
e nos nossos olhos de poço
nos afogamos
nascendo.
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1 comentário:
diferentes...mas sempre animais;)
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