20070511

Só gosto tanto de ti quando não vejo um tanto de luz.

é estranho ouvir-te a voz. rodear-me de 'tus' a toda a hora, pensar na tua ausência à noite de uma luz, à noite sem luz,
sem luz no dia, ouvir-te falar é estranho : não tens boca, e mesmo assim calo-me a olhar para ti.
és igual às pessoas que são iguais a ti, és igual a mim, quase nunca igual a mim. és maior que eu
quando queres e és mais pequena que eu ao mesmo tempo que o tempo se esconde na luz. é estranho ouvir-me falar de ti,
contar que não gosto de te ver presa a mim, és maior e mais escura que eu, corres mais ou arrastas-me para trás com o teu peso
que nem pesa mas faz-me pensar que não deixa passar tanta da luz que é o pouco que pesa neste meu corpo magro
e sem força.
seja o dia meio cinzento, as coisas meias feias, os pneus do camião que te passa por cima meio vazios , tu não morres.
pergunto-me, dos pés à cabeça dos dedos, o que fazes tu quando eu durmo? tu não dormes.
e és estupida, como eu sou estupido e como tu és estupida, podias ser a morte e eu podia estar a personificar-te
para te chamar nomes e para te odiar, mas não. não passas da minha sombra, às vezes chateia-me ganhares-me as corridas
outras vezes sinto-te a falta por seres a companhia que não me chateia no caminho de casa e outras vezes
questiono a tua utilidade
- eu também te amo.
e continua a ser estranho ouvir-te a voz.

6 comentários:

Patrícia Lino disse...

ó Tiago, eu gosto (muito) de ti.

Anónimo disse...

o teu autoclismo funciona na perfeição.

Tiago disse...

A voz sempre a ressoar na minha cabeça. Será assim tão estranho? Eu já nem sei..

Um abraço.

PS.: Dia 8 lá estamos, colega.

Someone disse...

Será assim tao estranho? ;)

Anónimo disse...

eu so oiço silencio. é estranho.

David Miranda disse...

a dicotomia das tuas palavras traduz-se num combinar de sentenças que trazem ao pensamento, chama.

um abraço grande amigo