Naquela
palavra de quando
Tenho muita
sede
Nas
estruturas de betão que se erguem
Por entre os
segundos todos do almoço
Cúpulas de
vidro que me deixam ver
Todo o
paraíso
Existes
Nos objectos
da confeitaria
No meio do
balcão ao lado do jornal
No soslaio
viscoso da empregada
Na televisão
sem som
Na parede
suja,
Ao lado da
porta da casa de banho
Nos montes
insonoros que atravessam
Toda a ideia
do Tempo
Num verde impossível
De ser
Tocado
Existes também
No fundo do
oceano
Do meu copo
de água
No lápis que
pinta este incolor tormento
Na espada
das minhas mãos
Por detrás
daquela portada vermelha
Num jardim
com o teu nome
Com todos os
nomes
A serem o
teu nome
Existes na
fome
quando fujo
quando fodo
quando durmo
Existes
Sobretudo
Porque compreendes
Nas tuas
entranhas esquecidas de mim
Todas as
palavras.
1 comentário:
É um poema muito interessante, eu também gosto de escrever poesia. Eu tenho um negócio Pinheiros e às vezes eu tenho algum tempo livre, eu uso para escrever.
Enviar um comentário