não há chamas-
corpo ligeiro branco
de inventar cores no mundo
e fogo nos olhos da carne
sou um sopro surdo
a moer o teu cabelo
devagar
a moer o teu cabelo
levo-o e trago-o
para junto e para mim
não há fogo-
caixa de pele
a preto e branco
sobe o céu,
a cega carne
é impossível chorar
a preto e branco
voa comigo,
se a carne é cega de sentir
não há fogo
não há chamas
não há filmes
nem sentidos
nem cores
nem corpos
eu um sopro surdo
que não ouve e cego
que não vê
e escuro que não luz
e tu
que não me vês
deambulas as palavras que não dizes
e o mundo a preto e branco
brando de ser mulher
o teu poder é maior que o mundo
e só me faltam os olhos na carne
que me toques
que me vejas
para eu assim o poder ver.
- havia de haver algum céu em nuvem
que chorasse por mim
quando a noite não chegasse
e o coração fosse uma pedra imensa
cessante e mortifera.
1 comentário:
vim declarar aqui, assim mais pó 'publicamente', que gosto do Tiago, nomeadamente o autor deste blog, comó caraças.
Comuniquei.
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