20070923

Onde estás?

Agora a sério... preciso de ti. Nem que seja longe. Foda-se. Dói a dor dos clichés todos juntos.

Coração, coração... preferia vê-lo partido a não vê-lo porque o perdeste. O meu, claro.

Volta. Por mais que toda a gente tenha inventado todas as dores que se podem sentir e que não são dores nenhumas... o que tu deixaste no teu lugar não vale metade do que eu sinto por ti.

Preciso que voltes... porque me devia doer e não dói. Porque eu devia sentir e não sinto. Porque eu não me esqueço de ti e devia. Porque só precisava de um olá para me sentir um pouco mais que merda.

Onde estás? Estás a ler isto? Qualquer coisa? Um olá? Prometo que não digo nada... Um sorriso... vá, não precisa de ser um inteiro... Volta...


PS: Eu estou a falar a sério.

Pós PS, horas.

Escondo-me de baixo de ti como se tu fosses uma nuvem do mundo. Queria-te por perto, tão perto que a minha pele sentisse o ar que dispensas de ti, o ar que não te importa, o ar que me podias atirar à pele sempre que tivesses vontade e eu ía, sem pensar uma vez, respira-lo por ser teu. Porque é a ti que eu quero e não me posso enganar. E tu para mim és todos os minutos que perdi, que não esperaram por mim. És a palavra nostalgia personoficada: uma mulher enorme que me calca com o seu corpo, que não me vê porque sou um grão.
Devias voltar comigo para o mesmo lugar onde nos conhecemos. Que nunca significou nada para ti, mas como eu digo, a cidade toda és tu e a minha cidade é a mais bonita do mundo. Porque a minha cidade és tu.
( a sorte é que ninguém lê estas lamechisses... é o que eu faço aqui. como se não tivesse nada para escrever. porque tenho. )
Sabes... o meu peito aperta tanto e não sabe chorar . Deviamos chorar por onde nos dói mais , depois ao longe pessoas a dizer :
- Lá vai mais um a sofrer das costas.
E um rasto de àgua, a fazer as vezes de uma cauda enorme num vestido de noiva, a deixar-se ficar. Mas dos olhos sempre optimo, claros, limpos, sem lágrimas que lhe fechassem o caminho.
Devia ser assim e tu devias estar aqui.
Já não sei onde foi parar a meteorologia. Está calor e eu não o sinto. Talvez porque me tenha habituado ao gelo que fizeste de mim. Talvez porque lá fora a cidade és tu e chove quando penso em ti. Talvez... mas talvez é incerto. Só tenho de certo que as luzes da noite não se apagaram e já é dia. Ficam lá sempre para que eu não me esqueça da contra-luz que projectava a tua cara no mundo. Ficam lá sempre para me lembrar que toda tu és uma tatuagem ao longo da cidade.
Que tu és a própria cidade. A mais bonita do universo. Com os jardins mais bonitos e as flores mais perfeitas, com o melhor cheiro e com as melhores pessoas. E eu só mais uma pessoa. Tu:
todas as horas que eu perdi, sentado à espera de ti, sem nunca te ter dito que esperava por ti, na ânsia de um dia dares conta de mim no teu caminho de casa, na ânsia de que olhasses para mim e me levasses contigo. Na esperança que fizesses de mim mais que um passageiro .

Gosto tanto de ti...
Gosto mais de ti que o nome que as pessos inventaram para quando se gosta tudo de alguém.


7 comentários:

Anónimo disse...

lamechisses boas de ler.

Anónimo disse...

fizeste-me chorar...onde estas?





onde...

Yan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
_E se eu fosse puta...Tu lias?_ disse...

Procuramos sempre...a felicidade**********

linfoma_a-escrota disse...

Gostei até pa variar

www.motoratasdemarte.blogspot.com

www.chupa-mas.blogspot.com

daniela disse...

És mesmo fantástico, sabes.

E este foi dos teus textos onde mais me vi.

"Queria-te por perto, tão perto que a minha pele sentisse o ar que dispensas de ti, o ar que não te importa, o ar que me podias atirar à pele sempre que tivesses vontade e eu ía, sem pensar uma vez, respira-lo por ser teu."

É ter alguém ao meu lado, olhá-lo nos olhos e saber que não o posso abraçar ou pousar a sua cabeça no meu colo e dizer "Já passou, vai tudo ficar bem."; não poder fazer isso é talvez das maiores frustrações que podem existir.

Um dia casamos.*

daniela disse...

e agora... agora apetece-me escrever coisas sobre deitar a cabeça no colo e dizer "Já passou."

*