arcos de flecha
na calma
torturam-me as palavras
e o corpo .
dispenso
o calor
e o frio
ou outro qualquer desconforto.
tenho nos ouvidos
o barulho
que traz de novo
a vida.
e tenho na cabeça
a tristeza
que abre de novo
a ferida.
se me olhar
com os meus olhos
para me ver
em tempo de paz
dentro do teu corpo
amargo ou doce
o meu sabor vai ser sempre o mesmo.
o sopro do vento acalma
e o ar alimenta a fogueira
não é um sufoco
ou uma cegueira
nem o aliviar da morte a pairar
não é o caudal do rio
que se parte e transborda
nem os teus orgãos mudaram todos de lugar
não é a paz;
não é a guerra.
não apenas hoje
muito menos amanhã.
só eu sei que devaneio
me trava.
mas não o chamo
para não me fugir.
2 comentários:
voyer
"e tenho na cabeça
a tristeza
que abre de novo
a ferida."
eu tenho feito tudo para não deixar que a ferida se abra. Acho que sarou de vez. Quando lhe toco, ainda dói, é claro. Mas tem aquela dor amarga, ridícula.. nostálgica. Triste.
um beijo para ti. E que a ferida feche de vez.
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