20070118

arcos de flecha
na calma
torturam-me as palavras
e o corpo .

dispenso
o calor
e o frio
ou outro qualquer desconforto.

tenho nos ouvidos
o barulho
que traz de novo
a vida.

e tenho na cabeça
a tristeza
que abre de novo
a ferida.

se me olhar
com os meus olhos
para me ver
em tempo de paz
dentro do teu corpo
amargo ou doce
o meu sabor vai ser sempre o mesmo.

o sopro do vento acalma
e o ar alimenta a fogueira
não é um sufoco
ou uma cegueira
nem o aliviar da morte a pairar

não é o caudal do rio
que se parte e transborda
nem os teus orgãos mudaram todos de lugar
não é a paz;
não é a guerra.
não apenas hoje
muito menos amanhã.

só eu sei que devaneio
me trava.
mas não o chamo
para não me fugir.

2 comentários:

Anónimo disse...

voyer

daniela disse...

"e tenho na cabeça
a tristeza
que abre de novo
a ferida."


eu tenho feito tudo para não deixar que a ferida se abra. Acho que sarou de vez. Quando lhe toco, ainda dói, é claro. Mas tem aquela dor amarga, ridícula.. nostálgica. Triste.


um beijo para ti. E que a ferida feche de vez.