20061123

Escolheu morrer no meu ombro...

Eu não te acho bonita,
Nem te ponho na minha memória,
Eu nem sei quem tu és.
Mas se existires diz-me quem sou, borboleta.




Ela voou para junto de mim, poisou-me no braço e morreu.
(Eu não tenho culpa, eu vejo ameaças onde elas não existem.)
Eu podia ter morrido se aquilo me entrasse na corrente sanguínea, ou tinha ficado sem um olho.
Não almejo a sorte do Camões.
Tinha que acabar ali com o meu próprio sentimento de medo e medo de sentir dor.
Voar faz bem à pele! Eu quero preservar a minha, tivesse ela voado longe de mim, eu não faço mal a ninguém,
quanto a ela não sei. Tinha asas, sabe-se lá que mal podia ter causado à humanidade.
Porta-aviões é coisa que não sou!
Eu não me estou a justificar, que fique bem claro.
Um rato come a própria morte, ou enfia-se nela. Pensam vocês que o rato é estúpido,
estúpida foi ela, ou são vocês, que nem na morte sabem cair. Já algum de vocês comeu a morte?
Claro que não! Não têm inteligência para isso e ficam à espera que a morte vos dê uma palmada, esmagando-vos contra os ombros de
alguém mais forte, alguém mais mundo.

Aquela foi estúpida, como vocês e eu, e escolheu morrer no meu ombro.
Eu não gosto dela!
Porque...
As borboletas casam-se com flores!
E nem borboletas são, mas lesmas travestti, transformistas.



.yan

1 comentário:

Anónimo disse...

Nem que tivesses pêlos nas costas, Tiago! Bandido... larga as minhas meias!! ~*