Não receies
Escuta
De que outra
forma
Se ouviriam
ao longe
Tempestades
chilrear
Vontades de
passarinho
Por entre
chacais esfomeados?
Não receies
Escuta
Depois da
memória
Há-de
emergir uma nebulosa
Formar-se-ão
novos anoiteceres
Por entre as
manhãs infinitas
Dos tolos
Não receies
Escuta
O teu corpo
pressente
Vorazes
ruídos de animais extintos
Que são
paixões tuas tangentes
Tropéis de
lágrimas caladas
Esquecendo estranhos na tua cama
Mil coisas
por acontecer
Não receies,
Dá-me
ouvidos
Estão entre
as palavras
Os cântaros
de luz
Que com
dedos de seda tacteamos
Perdendo nos
recantos turvos da tempestade
O chilrear
magnético
Das coisas
pequenas.
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