20090609

certas coisas não são para ser ditas
não podemos correr o risco
de as perder
como os lobos uivam á noite
a mesma noite dos lobos
cose-nos a boca
e os ratos espreitam nos buracos
da cozinha
muitas vezes á espera da tua carne
ao mesmo tempo que a loiça desidrata
os abutres também
mas voar sem céu
é fodido como
amar sem experimentar morrer
dai que não faça sentido os nomes
da história
os indecifráveis vultos alados da personalidade humana
a glória
mesmo sem querer
do/no fundo do coração
havemos de morrer todos uma vez q seja.

os sortudos permanecem mortos
e
a eternidade não os magoa tanto.

5 comentários:

Anónimo disse...

já esperava a algum tempo.

Daniela Morgado disse...

"os sortudos permanecem mortos
e
a eternidade não os magoa tanto."


não há muito mais a dizer. escolheste as palavras certas.

*

merge disse...

Apesar de não ver os ratos, é certo que a loiça está desidratada. Muito desidratada diria eu.

Como se durasse a eternidade.

*

telma disse...

continuo apaixonada pela tua escrita.

Anónimo disse...

Lindo lindo!