remoinhos,
dedos em vez de braços
pareço perdido.
mas não estou.
a sala riscada,
o silencio do candeeiro
balançando brilhante e tenso
iluminando ora aqui, ora o corpo
o livro de asas abertas
esvoaçava por ali
e o relogio cantava
o fim do verão
tenho o telemovel na mão
e o teu nome.
não sei bem que dia é hoje
ou que mês é este
sei que é setembro
porque março já morreu .
não te ligo
na ânsia
de causar comichão á tua memória.
(setembro,
se eu soubesse mais dos meses...)
oh! como me foge
a paz de uma sopa quente
e um copo de água à cabeceira
que me livre desta cegueira
que me deixa tão vulgar e dormente
como me foge,
neste fim tão longo e teimoso,
a saudade de nascer.
( setembro. deixa-me dar-te os parabéns )
o teu cabelo corre solto
como correm os riachos
liberta esse perfume que aspiro sofregamente
nesta sala de janelas abertas
onde o vento se socorre
do vazio e escuro
azul do tempo.
( setembro, como te odeio.
trocas-me as verdades
mastigas-me a dissociação de ideias
dissocias as associações )
eu só te queria dar os parabéns,
longe deste comodo incomodo
longe de me atrapalhar ao cortar os dedos
longe de me perder
porque parece que me perdi
e que perdi todo o sentido...
pareço perdido.
mas não estou.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
não pareço perdida,
mas estou.
Enviar um comentário