20080618

esta máquina gigante não se mexe.
esta anatomia sufocante e sensual ( diria sexual ) atrai o nosso corpo para
o vinho quente, inebriante, da loucura... e deixamo-nos ir.
preciso de um lar, não me dês outra coisa agora. preciso de precisar
e preciso de ver. preciso que esta máquina volte ao sitio.

somos comboios de carne:
como se a escuridão nos falasse baixinho ao ouvido frases que nos fazem sorrir por dentro:
e descarrilámos: como se o ferro de nós tivesse sido fundido no mesmo tempo, no mesmo sol,
em lugares completamente paralelos: e de súbito as nossas vidas colidem violentamente
deixando atrás de si um passado morto e imensos lugares de sangue e imensos pedaços de outras
pessoas: e o vapor de nos exalta toda a escuridão que libertamos e já nada é preciso ser dito
com calma: gritámos os dois : os dois: dos dois...


chiuuuu...agora devolve-me ao silêncio. há dias em que este medo se esquece de vir. há dias em que, simplesmente,
acordo. e depois regresso ao gigante paralisado que sou, á espera que voltes e que me enchas
de novo de coisas novas que o teu abraço é cada vez mais avassalador.

2 comentários:

Anónimo disse...

já tinha saudades de passar por aqui e afogar-me nas tuas palavras !

Anónimo disse...

o estrondo q é qnd dois comboios colidem...


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