' vénus perdoa '
esse amor encavalitado
num poço de pedra dourado
porque ela disse
e as escamas de terra
crescem todo o dia
enterrando os vestígios
como adormecendo o passado
num cheiro colonial
de mato e karma
tropeçando aos soluços
no próprio nascimento
porque ela disse
'vénus perdoa' este amor de falta de ar
numa garganta
cortada
e num casaco negro
ao longe
abandonado
escrevendo numa grafia sanguinária
'vénus perdoa' porque vénus perdoar-nos-á
um dia
no dia em que esvaziarmos
esta multidão vampira de justiça
e o amor
sublinhado e a negrito
numa ânsia carnívora de corda
amarrar
em nós
todo o tempo
enquanto cai
desamparado no universo
um corpo
adolescente.
20110904
sobre 7 biliões de pessoas
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